Em mais um capítulo da reconstrução das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o Senado norte-americano aprovou na noite desta terça-feira (28.10) uma resolução que pode anular tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre exportações brasileiras, como café e carne bovina. Proposta pelo senador Tim Kaine (democrata da Virgínia), a medida foi aprovada por 52 votos a 48, sinalizando crescente insatisfação, inclusive entre republicanos, com a política comercial vigente.
Para Chuck Schumer, líder democrata no Senado, “todo americano que toma café pela manhã paga o preço de tarifas imprudentes, ridículas e quase infantis”. O Escritório de Orçamento do Congresso já alertou que tais barreiras devem aumentar o desemprego e a inflação nos EUA, agravando a turbulência econômica.
Apesar do resultado, o avanço é considerado simbólico. A Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, pode impedir a votação da matéria, e o presidente Trump promete veto caso o texto chegue ao gabinete. Entre os cinco republicanos que votaram a favor estão nomes influentes como Mitch McConnell (Kentucky) e Lisa Murkowski (Alasca), sinalizando desconforto inclusive na base governista.
No Brasil, o sentimento é de otimismo cauteloso após o recente encontro entre os presidentes dos dois países. Empresários do agronegócio aguardam a suspensão das sobretaxas de 40%, promessa feita em reunião na Malásia que ainda não se concretizou.
O diálogo bilateral pode ganhar novo ritmo dependendo do desfecho das tratativas entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, já que o panorama global influencia diretamente os fluxos comerciais de commodities agrícolas brasileiras.












