Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Mercado segue estável mesmo sob a ameaça do tarifaço do Trump na próxima sexta-feira

Mesmo sob a ameaça do tarifaço de Donald Trump e previsto para entrar em vigor na próxima sexta-feira (01.08), o mercado da soja está encerrando a semana com relativa estabilidade. Embora a incerteza comercial entre Estados Unidos e China aumente a volatilidade no cenário global, os preços seguem firmes no Brasil, sustentados pela valorização dos prêmios nos portos e pela demanda asiática.

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da oleaginosa oscilaram em ritmo lento, refletindo a influência do clima no cinturão agrícola norte-americano. O contrato de setembro — referência para a nova safra — teve leve valorização de 0,07%, alcançando US$ 10,0575 por bushel. Já os papéis com vencimento em agosto recuaram 0,15%, sendo negociados a US$ 10,0425. A aproximação da liquidação desses contratos contribui para o ajuste negativo.

O foco dos traders está nas previsões meteorológicas. A continuidade das chuvas tem favorecido o desenvolvimento das lavouras americanas, o que tende a pressionar os preços internacionais. No entanto, modelos indicam redução de umidade nos próximos dias, o que oferece suporte técnico às cotações. Outro ponto de apoio vem do óleo de soja, que encerrou a sessão com alta de 0,94%.

Leia Também:  Plantio está atrasado, mas produtores já se preocupam com a ferrugem asiática

No mercado físico brasileiro, os preços mantêm firmeza em parte das regiões produtoras. Das 34 praças acompanhadas por uma consultoria especializada, 20 apresentaram valorização nesta quinta-feira (24), enquanto oito registraram estabilidade e seis sofreram quedas. Em Sorriso (MT), a saca de 60 quilos subiu R$ 1, cotada a R$ 116. Em outras praças, os valores variam: R$ 123,50 em Luís Eduardo Magalhães (BA), R$ 122 em Rio Verde (GO), R$ 119 em Balsas (MA), R$ 127,50 no Triângulo Mineiro e R$ 120 em Dourados (MS).

Nos portos, os preços seguem firmes. A soja é cotada a R$ 138,50 em Santos (SP) e R$ 137,50 em Rio Grande (RS). O destaque está em Paranaguá (PR), onde os prêmios subiram para US$ 1,40 por bushel para entrega em agosto, refletindo a forte demanda externa. O Brasil segue como principal fornecedor do grão para a China, o que ajuda a sustentar os preços mesmo em meio à instabilidade internacional.

A ameaça do tarifaço, segundo especialistas, tem gerado apreensão nos exportadores americanos, reforçando a competitividade da soja brasileira, que pode ampliar sua fatia no comércio com países asiáticos.

Leia Também:  Mercado opera com cautela diante das incertezas sobre o tarifaço dos EUA

Por outro lado, os dados semanais de exportações dos Estados Unidos ficaram abaixo das expectativas. As vendas da safra 2024/25 totalizaram 160,9 mil toneladas, bem abaixo das 271,9 mil da semana anterior. Para a temporada seguinte, as vendas somaram 238,8 mil toneladas — patamar inferior ao projetado pelos analistas. A ausência de compradores asiáticos e o destaque para mercados secundários evidenciam uma demanda global mais fraca.

No segmento de derivados, a compra de 30 mil toneladas de farelo de soja da Argentina por um grande importador asiático gerou instabilidade. Embora o comércio do produto esteja liberado há alguns anos, operações desse tipo são raras e geraram especulação. No fechamento, o farelo caiu 0,85%, cotado a US$ 269,70 por tonelada curta.

O saldo da semana para o setor é de cautela. Embora a valorização do grão nos portos e o apoio do óleo tragam algum alívio, o comportamento climático nos EUA e o cenário político-econômico internacional seguem como fatores de risco a curto prazo. A combinação entre fundamentos instáveis e incertezas externas promete manter o mercado atento nas próximas sessões.

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia