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Índice de preços agropecuários caiu 8% só neste primeiro trimestre de 2023

Depois de subirem mais de 10% em 2022, os preços ao produtor agropecuário iniciaram 2023 em queda. Neste primeiro trimestre, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USp), o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários acumulou queda de 8% frente quando comparado ao mesmo período de 2022.

Como comparação, também no primeiro trimestre de 2023 frente ao mesmo período de 2022, os preços industriais (IPA-OG-DI produtos industriais), da Fundação Getulio Vargas (FGV), permaneceram praticamente estáveis (+0,6%), mas os internacionais dos alimentos (FAO Food Index) recuaram 11,4% e a taxa câmbio (R$/US$) se desvalorizou 0,8%.

Entre o último trimestre de 2022 e o primeiro de 2023, os preços internacionais dos alimentos e a taxa de câmbio caíram 3,7% e 1,1%, respectivamente, enquanto os preços industriais mostraram estabilidade (-0,03%).

IMPORTÂNCIA – A pesquisa dos preços de produtos agropecuários é importante para os produtores, por determinar a receita que eles recebem pela venda de seus produtos. Quando os preços estão altos, os produtores podem obter uma maior receita e ter mais lucros, o que pode incentivar o aumento da produção. Por outro lado, quando os preços estão baixos, os produtores podem ter dificuldades financeiras e enfrentar desafios para manter suas atividades.

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Esses preços são influenciados por vários fatores, incluindo a oferta e a demanda global por commodities agrícolas e pecuárias, as políticas governamentais, as condições climáticas, a qualidade dos produtos, entre outros.

O monitoramento dos preços ao produtor é importante para os produtores, empresas e governos, pois ajuda a entender o comportamento do mercado e a tomar decisões estratégicas relacionadas à produção, distribuição e comercialização dos produtos agropecuários.

Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de queda no Índice geral nos primeiros anos de 2023 esteve atrelado sobretudo às baixas observadas para o IPPA-Grãos/Cepea, de fortes 12,5% frente ao primeiro trimestre de 2022, reflexo dos recuos observados para algodão (-26,6%), milho (-12,3%), soja (-12,8%) e trigo (-5,1%).

ALGODÃO – No caso do algodão, a Equipe de Grãos do Cepea indica que, apesar da entressafra, os preços internos e, sobretudo, externos da pluma caíram ao longo dos três primeiros meses de 2023, pressionados por condições econômicas adversas nos cenários mundial e brasileiro, que geraram receio entre agentes e limitaram as vendas de manufaturas. Parte dos vendedores também cedeu nos valores, especialmente porque as vendas internas estiveram mais atrativas que a paridade de exportação.

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MILHO – Quanto ao milho, segundo a Equipe do Cepea, os principais fundamentos para a queda foram a elevada produção da safra verão, o clima favorável ao desenvolvimento da segunda temporada e, principalmente, a redução da demanda interna – compradores e exportadores limitaram as aquisições de novos lotes.

SOJA – Para a soja, agentes de mercado consultados pela Equipe de Grãos do Cepea indicam que a produtividade e a qualidade da safra 2022/23 estão excelentes na maior parte do País, reforçando as estimativas de produção recorde e, consequentemente, a pressão sobre os preços da oleaginosa.

TRIGO – Em relação ao trigo, especialmente em março, o foco de produtores brasileiros esteve voltado à colheita e negociação da safra verão e à preparação para o cultivo da temporada de inverno. A demanda, por sua vez, esteve fraca. Esse cenário, atrelado às desvalorizações externas do trigo, resultou em quedas nos preços internos do cereal.

 

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