Goiás lançou nesta terça-feira (05.08), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, um fundo de R$ 800 milhões voltado ao financiamento de projetos estratégicos para o Estado. A medida reforça o protagonismo goiano no agronegócio e busca atrair empresas interessadas em investir em biogás, biometano, terras raras, infraestrutura de energia e serviços de tecnologia.
Do total de recursos, R$ 400 milhões serão garantidos por créditos estaduais de ICMS, enquanto a outra metade será levantada diretamente no mercado financeiro, sem impacto no Tesouro Estadual. A modelagem inclui a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que deve alavancar a concessão de crédito privado a partir de recebíveis de empresas interessadas em participar do programa.
A taxa de juros de 10% ao ano — considerada uma das mais atrativas do país para operações de crédito produtivo — deve servir de estímulo principalmente a cadeias do agro com forte conexão energética, como cooperativas e indústrias de etanol de milho, biodiesel e fertilizantes orgânicos. Também entram no radar empresas envolvidas com o armazenamento e distribuição de energia, como transmissoras e operadores de data centers de apoio ao setor rural.
O modelo dispensa licitação por não envolver recursos públicos diretos e será operado sob gestão privada, com acompanhamento do Estado e critérios técnicos de avaliação dos projetos. Apesar de mirar novas frentes tecnológicas e industriais, o programa tem base na força do campo.
Goiás mantém-se como uma das maiores potências em grãos do país e lidera em produtividade no cerrado. A sinergia entre agro, energia e tecnologia coloca o Estado em posição privilegiada para captar capital privado e ampliar sua inserção em mercados internacionais.