Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Agronegócios da Universidade de São Paulo (Cepea) indicam uma redução considerável na oferta de animais a pasto destinados ao abate, enquanto há um aumento na quantidade de lotes de confinamento para o preenchimento das escalas de abate.
Essa mudança no perfil da oferta de gado para abate exige atenção redobrada dos pecuaristas e demais agentes do mercado, segundo os pesquisadores do Cepea. A partir de agora, além das estimativas de volumes confinados, outros fatores relevantes devem ser considerados para uma melhor tomada de decisões, incluindo as previsões climáticas e as tendências das exportações de carne bovina.
O inverno de 2024 será influenciado pelo fenômeno La Niña, que deve trazer tempo seco e temperaturas acima da média para as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esse cenário climático indica que a oferta de pastagens será escassa, o que pode afetar o desempenho dos animais a pasto e, consequentemente, a disponibilidade de gado para abate nesse sistema de produção.
Em contrapartida, as exportações de carne bovina brasileira tendem a se intensificar no segundo semestre deste ano. Além dos recordes consecutivos de embarques nos últimos meses, a recente valorização do dólar em relação ao real deve contribuir para manter as vendas externas em patamares elevados. Essa combinação de fatores pode sustentar os preços da carne bovina no mercado interno, mesmo com a menor oferta de animais a pasto.
Diante desse cenário complexo, os pesquisadores do Cepea recomendam que os pecuaristas e demais agentes do mercado realizem uma análise abrangente, considerando as estimativas de volumes confinados, as previsões climáticas e as tendências das exportações. Essa análise abrangente permitirá a tomada de decisões estratégicas mais assertivas, visando um equilíbrio entre a oferta e a demanda de carne bovina e a manutenção da rentabilidade do setor.
