O agronegócio brasileiro encerrou setembro com sinais claros de recuperação no setor avícola. Após meses de instabilidade causada pela gripe aviária e por restrições temporárias de importação, as exportações de carne de frango voltaram a crescer, consolidando o melhor resultado mensal em quase um ano.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país embarcou 482,3 mil toneladas de carne de frango (in natura e processada) no mês, desempenho apenas 0,6% inferior ao mesmo período de 2024. Apesar do leve recuo, o número representa um avanço importante para o setor, que volta a ganhar fôlego com a reabertura de mercados e a normalização das operações logísticas.
O destaque ficou com a África do Sul, que ultrapassou os Emirados Árabes e se tornou o principal destino da carne brasileira em setembro. México, Japão, Arábia Saudita e Filipinas também ampliaram suas compras, compensando parcialmente a ausência da China, que ainda não retomou integralmente as importações.
No mercado interno, os preços do frango reagiram pela primeira vez desde maio. O quilo do frango congelado fechou o mês a R$ 7,35 no atacado paulista, alta de quase 5% em relação a agosto. O valor pago ao produtor também subiu, refletindo maior demanda e custos controlados de alimentação — com boa oferta de milho e farelo de soja.
Analistas apontam que a tendência é de um último trimestre mais favorável, impulsionado pelo aumento da renda e pelo consumo de proteínas nas festas de fim de ano. A expectativa é que as exportações retomem os patamares anteriores à crise sanitária e que o setor encerre 2025 com rentabilidade positiva.